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Primeira Guerra Mundial – História – Parte 4

By Cap. Handerson Frota | outubro 21, 2011

Olá Soldados, no nosso relatório anterior vimos como uma das consequências do assassinato do arquiduque, uma retaliação ao povo sérvio e o apoio “cego” da Alemanha à Áustria-Hungria.

A decisão da Alemanha de apoiar a Áustria-Hungria, foi totalmente sem precedentes, pois não houve um mínimo de preocupação por parte Alemã, sobre o que realmente a Áustria-Hungria pretendia com essa guerra.

Foi uma omissão, por parte do imperador, por parte dos seus líderes políticos e militares.
Essa com certeza foi uma das maiores omissões que a história já presenciou, omissão essa que iria colocar mais lenha na grande chama da guerra e desencadear uma das maiores chacinas que o mundo já viu.

Para entender bem o porquê desse “alarde” pelo apoio “cego” da Alemanha à Áustria-Hungria, você precisa entender que nos Balcãs, nada, absolutamente nada acontecia isoladamente.

Você deve se perguntar:

“-Como assim ? O que a Alemanha não viu que ela deveria se preocupar?”

Para responder a essa pergunta precisamos entender que a Europa estava dividida em dois campos.

 

Temos de um lado a Alemanha, Áustria-Hungria e Itália (Vermelho) e do outro estavam à França e a Rússia (Azul). Uma guerra contra um poderia significar guerra contra as outras.

Ninguém tinha em mente ou imaginaria como a Rússia iria reagir se um dos estados líderes dos Bálcãs fosse atacado.

 

Ela poderia entrar em guerra contra a Áustria para proteger a Sérvia e com isso a Alemanha teria que lutar para proteger a Áustria. Erroneamente os Alemães pensavam que a Rússia não iria se meter.

Com esse pensamento o Embaixador alemão em São Petersburgo insistiu que a Rússia não se arriscaria a uma guerra por temer a revolução interna, que o pais estava passando.

O Ministro do Exterior da Alemanha decidiu que a Áustria iria calmamente e pacificamente entrar em um acordo com a Sérvia.

O Chanceler Alemão, Bethmann-Hollweg, estava quase tão seguro que chegou a dar o seguinte depoimento.

Chancellor Bethmann-Hollweg, argued for a guar...

“O crime de Sarajevo era repreensível. Mas politicamente teria um resultado positivo de fazer a Rússia se desgostar inteiramente com os sérvios”

Esse era o plano desde o início, não ?

Então com este apoio confiante da Alemanha foi o que empurrou a Áustria adiante.

O Imperador tinha tanta certeza que não estava fermentando uma guerra que tirou férias, pois ele achava que estava longe de causar uma guerra com o mundo em 1914, somente por uma agressão.


Gavrilo Princip

Neste mesmo período estava acontecendo em Sarajevo o julgamento do Gavrilo Princip, onde a corte estava cheia de provas contra ele, que ele foi ajudado por oficiais do exército sérvio. E para piorar para o Gavrilo a Áustria tinha um apoio incondicional da Alemanha.


Julgamento de Gavrilo Princip
 

A corte sentenciou Princip a 20 anos de prisão onde em 1918 ele acabou falecendo. Um “triste” fim para um simples -fantoche- , que por obra do destino acabou sem saber, iniciando o estopim para a 1ª Grande Guerra Mundial.

A Áustria enviou um ultimato a Sérvia, este documento era simplesmente uma desculpa para a Áustria declarar guerra a Sérvia. Pois este documento estava cheio de exigências absurdas e tão excessivas e insultantes que eles tinham certeza que a Sérvia jamais aceitaria. E de fato foi o que aconteceu, eles não aceitaram aquele “insulto”.

 

O Embaixador austríaco em Belgrado recebeu uma ordem de rejeitar qualquer resposta como inaceitável. Ele entregou o ultimato às 6 da tarde de 23 de julho de 1914.

Slavka Mihajlovic, era médica em Belgrado ela relata bem qual foi o sentimento naquele dia que as pessoas sentiram ao saber do ultimato.


Slavka Mihajlovic
 

“As notícias do ultimato se espalharam rapidamente e logo havia um alerta de verdade. Ruas e bares estavam repletas de pessoas ansiosas. Todos se perguntavam que resposta daria o nosso governo, se uma nova guerra seria evitada.”

O ultimato austríaco pegou os diplomatas do mundo totalmente desprevenidos.

“O governo francês, a imprensa francesa e a opinião pública estavam inacreditavelmente surpresos. Paris estava quase morta. A exceção de um Embaixador, os demais estavam fora da cidade. O Embaixador italiano estava na Irlanda.”. Relatou o Embaixador da Bavária.

O Imperador ainda estava de férias em seu iate na Noruega quando chegou o texto do ultimato austríaco.

 

“O Imperador chegou no convés como de costume após o café e disse para mim.
– Eu ainda estava segurando a mensagem. ‘É uma nota bem forte, de uma vez por todas.’
‘Certamente é’, eu respondi, ‘mas ela significa guerra’. Após o que o Imperador observou que a Sérvia jamais se arriscaria a uma guerra.”. Trecho do diário do Almirante Georg Von Muller.

Em 24 de julho de 1914 o Regente Sérvio, Príncipe Alexander, telegrafou a Rússia pedindo socorro.

 

Em São Petersburgo, o Ministro do Exterior russo Sergei Dmitrievich Sazonov falou ao Embaixador britânico.

“Áustria não teria agido tão agressivamente sem o consentimento da Alemanha. Eu espero que o governo britânico se declare ao lado da França e da Rússia sem demora.”

 


Embaixador britânico, Sergei Dmitrievich Sazonov (1860-1927 – http://www.firstworldwar.com/bio/sazonov.htm)
Neste momento a Rússia já estava mais que convencida que a Alemanha estava fomentando a guerra, e em 26 de julho ela convocou todos os seus militares que estavam na reserva.

 

Este era o segundo estágio chave da crise, como assim advertiu o Secretário do Exterior britânico, Edward Grey, em 28 de julho.

Sir Edward Grey, Viscount Grey of Fallodon (1862-1933) – http://www.firstworldwar.com/bio/grey.htm

“A partir do momento em que a discussão deixa de ser entre a Áustria-Hungria e a Sérvia e se torna uma discussão na qual uma outra grande potência está envolvida, não pode deixar de terminar na maior catástrofe jamais acontecida no continente europeu.”

 

 

Neste mesmo dia, a Áustria-Hungria declara guerra a Sérvia.

Foi iniciado então a 1ª Grande Guerra Mundial, mas ainda iria ser disparado o primeiro tiro, onde acontecerá na fortaleza austríaca de Zemun, ao lado do rio de Belgrado.

Mas isso você verá no próximo relatório.

Comando dispensado.

Imagens e trechos de conversas retiradas do documentário: The First World War (A Primeira Guerra Mundial) – BBC

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Topics: 1ª Guerra Mundial | 3 Comments »

3 Responses to “Primeira Guerra Mundial – História – Parte 4”

  1. Ulisses Says:
    fevereiro 25th, 2013 at 13:12

    E a parte 5?

  2. Cap. Handerson Frota Says:
    fevereiro 26th, 2013 at 6:11

    Olá Ulisses, estamos providenciando a sequencia. O tempo está corrido mas prometo que vou agilizar.

    Obrigado por sua visita e não deixe de comentar.

  3. Angela Accioli Says:
    fevereiro 22nd, 2015 at 8:50

    Cade a parte 5? Estou fazendo um trabalho e preciso muito. Adorei seu site,deixou muitas coisas claras que eu não estava entendendo. Não esquece da quinta parte por favor ://

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